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A Cadeira Eletrica foi usada pela primeira vez em 6 de agosto de 1890 em William Kemmler, primeira pessoa a ser condenada à morte por eletrocução, os médicos presentes e o diretor da prisão de Auburn, Nova York, ainda discutiam sobre o tempo do choque a ser administrado. Na dúvida, para evitar queimar partes do corpo de Kemmler, deram somente 10 segundos e criaram uma cena bizarra. Kemmler sobreviveu e, agonizante, teve que esperar alguns minutos para que o equipamento fosse preparado novamente para gerar outro choque capaz de dar cabo do coitado. Resultado na sala de execução: além do morto, um repórter da United Press desmaiado, testemunhas vomitando e gritaria generalizada.
Começava, com uma sucessão de erros, a era da cadeira elétrica. No dia seguinte, os jornais, apesar de terem concordado em não publicar detalhes da execução, não pouparam críticas ao novo método, aclamado por seus defensores como o primeiro método científico de matar. Uma técnica rápida, limpa e indolor, digna do novo século que começaria em breve, e que tinha o apoio do maior inventor de seu tempo, talvez de todos os tempos: Thomas Edison.
Nem os horrores da morte de Kemmler abalaram Edison. Para ele, a cadeira elétrica era como qualquer outra máquina: precisava de alguns testes para solucionar suas falhas. “A próxima eletrocução, previu Edison, será realizada instantaneamente sem a cena vista hoje em Auburn”, conta Mark Essig, historiador americano da Universidade de Cornell, em Nova York, em seu livro Edison and the Electric Chair (“Edison e a Cadeira Elétrica”, ainda inédito no Brasil).
Segundo ele, que examinou as correspondências de Edison, suas entrevistas em jornais da época e documentos oficiais, por trás do interesse científico podem estar anseios bem mundanos, como vaidade, fama e, é claro, muita grana. “Inventor do fonógrafo, da lâmpada incandescente e de outra dezena de criações que mudaram o mundo, Edison foi mais que um defensor do método, foi o fiel da balança”, diz Essig. Respeitado nos meios científico e político americanos, Edison envolveu-se diretamente no lobby pela cadeira elétrica, quando, em 1885, o governador de Nova York, David B. Hill, criou uma comissão para estudar a melhor forma de aplicar a pena de morte. Buscava-se o que na época acostumou-se a chamar de “método científico”. A idéia era substituir o enforcamento, considerado pouco civilizado para o novo século.
Um dos membros dessa comissão, o dentista Alfred Southwick, era grande defensor da cadeira elétrica e está entre os primeiros a realizar experimentos atestando os efeitos mortais de choques elétricos em cães. Na época, Southwick e Edison se correspondiam com freqüência, e as cartas entre os dois revelam que o respeitado inventor serviu como uma espécie de consultor para as experiências de Southwick. Numa delas, o doutor pergunta a Edison sobre qual a corrente necessária para matar, sem chance de erro, seres humanos. Noutra, Edison recomenda a utilização de dínamos – máquinas para produzir correntes alternadas – fabricadas pela Westinghouse, que segundo ele, eram as mais eficientes para tal fim. Conversa vai, conversa vem, Southwick passou a se declarar convencido de que “a civilização, a ciência e a humanidade necessitam dessa mudança”.
Mas nem a opinião nem os testes de Southwick impressionavam muito os outros membros da comissão. Ali predominava a opinião de Elbridge Gerry, um respeitado aristocrata, cujo avô foi um dos signatários da declaração de independência americana. Para Gerry, uma injeção de morfina seria a melhor maneira de matar o condenado. Foi aí que, mais uma vez, a capacidade de persuasão de Edison entrou em ação. Numa carta enviada a Gerry, em 1887, ele defendeu o método da eletrocução. Gerry recomendou a cadeira elétrica em seu relatório final.
Dois anos depois, em maio de 1889, o eletricista Harold Brown – que trabalhava no laboratório de Edison – mostrou para a imprensa o desenho da primeira cadeira elétrica, que com pequenas modificações seria usada na execução de Kemmler no ano seguinte. A empolgação de Thomas Edison com a eletrocução pode ter tido, porém, um motivo pouco nobre. Segundo Essig, a defesa tão apaixonada da cadeira elétrica teve como pano de fundo a polêmica sobre o uso das correntes contínua ou alternada para a transmissão de energia elétrica. Estava em jogo um mercado do tamanho dos Estados Unidos.
Defensor da corrente contínua, Edison acusava a corrente alternada de ser perigosa demais, pois usava alta voltagem. Seu principal concorrente na batalha para levar luz às casas americanas era George Westinghouse. Sua empresa vinha ganhando concorrências para fornecer energia e produtos mais baratos que Edison. Sobre a execução de Kemmler, ele disse: “Teriam feito melhor com um machado”. De seu lado, Edison afirmava que “tão certo como a morte é que Westinghouse irá matar um consumidor no período de seis meses após colocar em funcionamento um sistema de corrente alternada”.
Edison jogava pesado. Em 1888, depois de realizar durante meses dezenas de testes com animais para conferir os efeitos das correntes contínua e alternada em seres vivos, Edison fez uma demonstração pública da diferença entre as correntes. Primeiro, aplicou sucessivos choques de 300, 400, 500 e 700 volts de corrente contínua em um vira-lata. O bicho sofreu, mas sobreviveu. Logo depois, ao primeiro choque de 500 volts de corrente alternada, o pobre animal se contorceu e se estatelou no chão, mortinho da silva.
Para Westinghouse, esses experimentos não eram científicos e apenas mostravam o desespero de Edison, por estar perdendo o mercado de eletricidade para ele, que vendia produtos melhores e mais baratos.
Isso era, em parte, verdade. A corrente alternada tinha uma vantagem ímpar sobre a contínua: podia ser transmitida por vários quilômetros de distância, enquanto a contínua suportava somente curtas distâncias.
Transmiti-la a longa distância geraria um custo monstruoso. Com seu sistema, Westinghouse conseguia levar energia a um custo suportável para casas e escritórios fora do alcance de Edison. Mas também era mais dada a acidentes fatais devido à sua alta voltagem. Em 1889 – apenas um ano antes da primeira execução na cadeira elétrica – um acidente matou John Feeks quando ele mexia em um poste de luz que utilizava corrente alternada. “Foi um trauma coletivo. Milhares de pessoas assistiram ao espetáculo sangrento ao vivo e centenas leram e viram ilustrações sobre ele no dia seguinte nos jornais”, diz Essig. A eletrocução trouxe pânico à população e grupos de pessoas saíam pelas ruas derrubando postes de luz a machadadas.
Mas em 1892 a batalha das correntes chegou ao fim com a criação da General Electric, a fusão da empresa de Edison com a Thomson-Houston. “A criação da General Electric marcou a derrota total da empresa de Edison, pois ela perdeu sua identidade como empresa comprometida com a corrente contínua”, afirma Essig.
Em 1917, mais de 95% da eletricidade gerada e transmitida nos Estados Unidos já era de corrente alternada. As execuções na cadeira elétrica persistem até hoje nos Estados Unidos, embora sejam raras. O método mais difundido é a injeção letal. Até abril de 2003, 4432 homens e mulheres haviam morrido na cadeira elétrica. Nebraska era o único estado que tinha a eletrocução como a única forma de pena capital. A era da cadeira elétrica está chegando ao fim.
Como funcionava a cadeira da morte
Eletrodos
Eram dois: um ficava dentro do capacete e era ajustado ao topo da cabeça do condenado. O outro era fixado junto à base da coluna (hoje ele é colocado na perna). Entre a pele da pessoa e o eletrodo eram colocadas esponjas embebidas numa solução de água e sal para conduzir melhor a corrente elétrica e evitar que partes do corpo queimassem
Cronômetro
Em 1890, não se sabia qual o tempo necessário para matar por eletrocução, apesar dos testes com cavalos e cachorros. Como o primeiro choque não oi suficiente, o segundo foi longuíssimo, algo em torno de dois minutos e meio. Hoje a contagem de tempo é feita automaticamente por um sistema que dá um ciclo de choques com tempos e voltagens diferentes
Efeitos mortais
A morte na cadeira elétrica acontece por um conjunto de fatores. Os choques de voltagens menores que 120 volts causam fibrilação no coração, enquanto correntes mais altas fazem um estrago no sistema nervoso central, causando perda de consciência e parada respiratória. O calor gerado pela corrente elétrica literalmente cozinha os órgãos internos
Tomada
A cadeira elétrica utiliza uma corrente alternada, gerada por um dínamo. Na execução de William Kemmler, em 1890, foi usado um aparelho de segunda mão, já que o fabricante, a Westinghouse, se negou a fornecer um dínamo novo. Sobre a execução de Kemmler, o dono da empresa, George Westinghouse, diria: “Era melhor terem usado um machado”
Voltagem
São aplicados simultaneamente choques de diferentes voltagens. O maior deles pode chegar a 2 mil volts, seguido por choques de voltagem menor. No primeiro choque a pessoa geralmente já fica inconsciente e muitas vezes morre sem a necessidade dos outros choques
Carrasco
São escolhidas pessoas anônimas. Ninguém sabe quem liga a chave-geral. No caso de Kemmler, diz a lenda que um de seus companheiros de prisão foi escolhido para o serviço. O código para ligar a chave foi uma prosaica batida na porta que separava a sala de execução do local onde o carrasco ligou o botão. Hoje, a autorização é feita por telefone
Executados famosos
Em 113 anos de aplicação da pena de morte por eletrocução, 4 432 pessoas morreram na cadeira elétrica
William Kemmler
Em 29 de março de 1889, na cidade de Buffalo, Nova York, Kemmler assassinou sua mulher a machadadas e foi ao bar tomar uma cerveja. Estava enciumado, achando que ela havia se engraçado com um de seus empregados – Kemmler tinha várias carroças que vendiam alimentos. Além disso, tinha o péssimo hábito de beber em excesso. Na época do assassinato, Kemmler e sua mulher, com quem não era oficialmente casado, usavam o sobrenome Hort para evitar embaraços, pois os dois eram casados oficialmente com outros parceiros. Kemmler ficou um ano, um mês e alguns dias no corredor da morte. A execução foi na prisão de Auburn, em Nova York.
Martha M. Place
Martha Place matou sua enteada Ida, de 18 anos, em Brooklyn, Nova York, em 7 de fevereiro de 1898. No ano seguinte, tornou-se a primeira mulher a ser executada na cadeira elétrica, em 1899. No caminho para a sala de execução, carregava uma Bíblia.
Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti
Imigrantes italianos, eram sindicalistas e anarquistas e foram acusados de matar a tiros em South Braintree, Massachusetts, um guarda e um contador, que carregavam o pagamento de uma fábrica, em 1920. O caso foi controverso e a sentença de morte demorou seis anos para ser executada, em 1927, após apelações em todos os níveis. Quando o último recurso foi negado na corte de Massachusetts, manifestações eclodiram em Paris, Londres, Cidade do México e Buenos Aires. Todos protestavam contra a injustiça do julgamento, marcado por depoimentos contraditórios das testemunhas e dos peritos de balística. Os dois juraram inocência até o fim.
Bruno Hauptmann
Em 1º de março de 1932, cinco anos após se tornar a primeira pessoa a atravessar o oceano Atlântico em um avião, Charles Lindbergh foi novamente manchete dos jornais. Dessa vez, por um motivo trágico. Seu filho de 20 meses, Charles Jr., havia sido seqüestrado. No quarto da criança um bilhete exigia 50 mil dólares, entregues meses depois pela família. Parte do resgate, que havia sido pago em títulos do governo americano, foi encontrado na garagem do carpinteiro e imigrante alemão Bruno Hauptmann. Hauptmann morreu, em 1936, jurando que o dinheiro havia sido deixado lá por um amigo que lhe devia dinheiro. Nenhuma testemunha viu Hauptmann com o bebê.
Ethel e Julius Rosenberg
Em 17 de julho de 1950, agentes do FBI entraram na casa de Julius e Ethel Rosenberg e levaram Julius algemado para a prisão. Menos de um mês depois, em 11 de agosto, Ethel teve o mesmo destino. A acusação era de espionagem para a ex-União Soviética, mais especificamente a de transmitir segredos do Projeto Manhattan, que culminou na construção da bomba atômica, para Moscou. Durante todo o julgamento, o casal negou as acusações baseadas no depoimento da principal testemunha, David Grennglass, irmão de Ethel. No final, restou pouca dúvida de que Julius trabalhava como espião, mas o papel de Ethel no caso ainda é controverso. Foram executados no mesmo dia, em 1953.
Allen Lee Davis
Allen Lee Davis, também conhecido como “Tiny” foi um assassino e pedófilo. Foi condenado pelo assassinato de Nancy Weiler, que estava grávida de três meses na época. Segundo relatos, Nancy Weiler foi “espancada e ficou quase irreconhecível”. Davis usou uma .357 Magnum, e a atingiu mais de 25 vezes no rosto e na cabeça. Ele também foi condenado por matar as duas filhas de Nancy Weiler, Kristina (de 9 anos, levou dois tiros no rosto) e Katherine (de 5 anos, levou um tiro tentando fugir). Davis estava em liberdade condicional por assalto à mão armada no momento dos assassinatos. Ele foi executado em 08 de julho de 1999 em Jacksonville na Flórida. Sua última refeição foi composta por: Uma cauda de lagosta, batata frita, meio quilo de camarão frito, seis amêijoas fritas, meia fatia de pão de alho e 32 gramas de A & W Root Beer.
A execução Davis chamou a atenção da mídia nacional depois que ele teve uma hemorragia nasal na cadeira elétrica e sofreu queimaduras na cabeça, perna e virilha durante o curso de sua electrocussão. A Suprema Corte da Flórida Justiça publicou algumas fotos do rescaldo do incidente. Durante o processo, muitas pessoas testemunharam a morte de Davis.
Fonte do texto= Guia Do Estudante
Imagens = Nando- Noite Sinistra
Com A Ajuda Tambem Do Lucas Vinicius Da Comunidade ® BIZARRO, MUITO BIZARRO!
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