Eu sempre fui ligado a esse mundo gore/realidade , isso vem desde as fitas vhs lá da decada de 90 , quem já é meio "tiozinho" deve se lembrar das famosas series "traços da morte" e " faces da morte"
Minha esposa nem chega perto quando estou vendo essas coisas e quando resolvi criar o blog fui chamado de louco kkkkkkkkkk e não foi só ela não ...
Mas o que eles ,quem chamam pessoas como eu de louco , não sabem é que se aprende muita coisa navegando por esse conteudo , não é só um gosto macabro que a gente tem . Aprendemos ,por exemplo , a sermos motoristas cautelosos , o proprio detran quando faz reciclagem de cnh mostra imagens ,que para alguns são chocantes , de acidentes graves meio como um tratamento de choque .
sobre essa guerra sul americana ocorrida entre a primeira e a segunda guerra ( talvez por isso ele tenha sido ofuscada) e que muita gente nem tinha ouvido falar ,A Guerra do chaco , que aprendi e agora estou passando pra vcs , confiram :
A Guerra do Chaco foi um conflito armado entre a Bolívia e o Paraguai que se estendeu de 1932 a 1935.
Originou-se pela disputa territorial da região do Chaco Boreal, tendo como uma das causas a descoberta de petróleo no sopé dos Andes. Deixou um saldo de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios mortos, tendo resultado na derrota dos bolivianos com a perda e anexação de parte de seu território pelos paraguaios.
Os antecedentes do conflito residem nas várias disputas entre a Bolívia e o Paraguai pela posse de uma área da região do Chaco que vai até a margem direita do rio Paraguai e que na época do antigo Vice-Reinado do Rio da Prata pertencia à Bolívia. Portanto, após a independência dos dois países da Espanha, a região permaneceu em litígio, muito despovoada e as quatro tentativas de acordos de limites de fronteiras entre 1884 e 1907 foram rejeitadas por ambos os países. Anteriormente, a Bolívia já havia perdido o seu litoral e acesso ao Oceano Pacífico durante um conflito com o Chile, entre 1879 e 1881, conhecido como Guerra do Pacífico, também havia perdido o Acre, rico em seringueiras para produção da borracha, para o Brasil, através do Tratado de Petrópolis em 1903.
A Bolívia desejava ter um acesso ao Oceano Atlântico via rio Paraguai e, para ter pleno acesso àquele rio, necessitava ocupar o Chaco, em território paraguaio.
Uma pequena ocupação e exploração do Chaco havia sido promovida na década de 1920 pelo Paraguai, com alguns assentamentos agrícolas iniciados por imigrantes alemães menonitas.
Além disso os paraguaios faziam algumas operações de corte de quebrachos, ricos em tanino, para o curtume de couros, e haviam construído algumas ferrovias de bitola estreita para o interior do Chaco, a fim de transportar as toras de madeira até ao rio Paraguai.
Em 1930, a Bolívia assim como outros países capitalistas, estavam sofrendo com a Grande Depressão que provocou o colapso da economia boliviana e para piorar, o presidente boliviano Hernando Siles Reyes foi derrubado por um golpe de estado quando tentava prolongar seu mandato. Sendo substituído por Carlos Blanco Galindo. Em 1931, o Congresso Nacional elegeu o candidato Daniel Salamanca Urey, um idoso de 62 anos de idade que sofria de terríveis dores abdominais, como novo presidente da Bolívia. A Bolívia reclamava o território do Chaco e pretendia anexá-lo.
Com a suposta descoberta de petróleo no sopé da cordilheira dos Andes, na região do Chaco Boreal, eclodiu o conflito entre ambas as nações. A Bolívia e o Paraguai eram as duas nações mais pobres da América do Sul, sendo que para o Paraguai o Chaco lhe proporcionava grandes vantagens com quase 600.000 km², e as reservas petrolíferas já existentes. A Bolívia devido às crises viu a necessidade de invadir o Chaco. Então em 1932, o Exército Boliviano, sem autorização do presidente, entra no Chaco e nas margens do Lago Pitiantuta, tentam guarnecer o local, mas os paraguaios descobrem e retomam o lago, uma expedição boliviana é enviada e expulsa os paraguaios e também conseguem tomar os fortes paraguaios de Corrales, Toledo e Boquerón, com isso o presidente paraguaio Eusebio Ayala declara guerra à Bolívia
O Paraguai tinha 2 vantagens. 1º: Os paraguaios estavam mais perto do Teatro de Operações, permitindo as tropas serem transportadas de navio até Puerto Casado e de lá seguirem de trem até perto do QG em Isla Potí. E 2º: os paraguaios mobilizaram todo o exército diferente dos bolivianos que tinham dificuldades e temia um desperdício mobilizando todos os homens, também havia dificuldades para transportá-los pelo Chaco, com estradas esburacadas, pouca água e temperatura de 40º C.
Anos antes da guerra, o Marechal alemão Hans Kundt, comandou o Exército Boliviano, tentando sem sucesso modernizar o exército, melhorar a vida dos soldados e adquirir armas modernas e reorganizar a administração. Era Baseado nos princípios alemãos, tentou prussianizar o exército boliviano, que entretanto era carente de logística e experiência, os exércitos não tinha comunicação entre si, era difícil promover ataques coordenados.Com a derrubada de Siles Reyes, foi demitido.
O Exército Paraguaio estava em menor número, mas tinha armas modernas e os paraguaios estavam dispostos à lutar até o fim, o Paraguai havia mobilizado, no início, em torno de 15.000 homens, enquanto que os bolivianos mobilizaram, em Agosto, em torno de 10.000 homens. O Marechal paraguaio, José Félix Estigarribia, acreditando que haviam em torno de 1200 bolivianos, preparou um ataque para retomar o forte de Boquerón, com apenas 448 soldados, 350 fuzis, 13 metralhadoras pesadas e 27 leves, além de 2 canhões Krupp, 1 canhão Schneider e 2 canhões anti-aéreo. No dia 8 de setembro, um avião boliviano avistou os paraguaios marchando e avisou os bolivianos, no dia 9, iniciou a Batalha de Boquerón,os bolivianos eram 5000, permitindo repelir o ataque paraguaio, somente nesse dia houve 7 tentativas frustradas de recuperar o forte. Depois de vários dias de combates, os bolivianos exaustos, famintos e doentes, abandonam o forte, permitindo os paraguaios de avançarem ao Norte.
Depois da derrota em Boquerón, Salamanca convida Kundt para retornar ao Comando-Geral do Exército. Kundt aceita e tenta promover ataques baseados nos já antiquados métodos da Primeira Guerra Mundial, ele não era um bom estrategista promovendo fracassadas ofensivas.
Em outubro de 1932, os paraguaios atacam o poderoso Forte Arce conseguindo conquistá-lo. Em 1933, os bolivianos, comandados por Kundt, contra-atacam o Forte Nanawa com 7000 homens, os 1485 paraguaios resistem sob o comando de Estigarribia, por vários meses até que em julho, os bolivianos desistem, o Forte Nanawa desde então ficou conhecido como "Verdun da América do Sul".
Durante o Cerco de Campo Vía, em dezembro de 1933, 10000 bolivianos tentam desesperadamente contra-atacar os paraguaios, mas estes descobrem os planos depois que interceptam mensagens de rádio e se preparam para o ataque, a Força Aérea Boliviana tenta lançar bombas sobre os inimigos, mas infelizmente acerta os próprios soldados bolivianos, assim, o combate inicia, os 17.000 paraguaios comandados por Estigarribia, resistem e vencem aniquilando quase todo o exército boliviano de uma só vez. Com isso, o Marechal Kundt foi substituído no Comando-Geral pelo General Peñarada. Kundt retorna para a Alemanha falecendo em 1939.
Com a ajuda da Marinha do Paraguai, os paraguaios puderam se deslocar mais rápido do que os bolivianos.
Em 1934, a Bolívia tentava enviar mais reforços, mas devido ao clima e as chuvas que enxarcavam as estradas esburacadas dificultando as operações, além das dificuldades econômicas fizeram com que oficias de alta patente liderados pelo General Peñarada, dessem um golpe de estado derrubando Salamanca e assumindo José Luis Tejada como novo presidente.
Em junho de 1935, ocorre a última batalha, em Ingavi, 3000 bolivianos comandados pelo coronel Bretel combateram 850 paraguaios comandados pelo coronel Rivarola que derrotou definitivamente os bolivianos, então sem forças, a Bolívia se rende, iniciando as negociações de paz. Em 21 de julho de 1938, os dois países aceitaram o acordo de paz realizado em Buenos Aires, o Paraguai ficou com 3/4 do Chaco Boreal e a Bolívia ficou com 1/4, acabando com 3 anos de guerra, e levando os dois países à novas dificuldades econômicas devido a guerra e a descoberta de que os supostos poços de petróleo não existiam.
E AI GOSTARAM ????????????
Povos irmãos se matando por culpa de seus lideres militaristas.
ResponderExcluirSe matando por recursos como sempre.
ExcluirMuito obrigada! Belo texto.
ResponderExcluirObrigado em breve farei um video em meu outro blog : http://novoblogomundoreal.blogspot.com.br/
ExcluirMuito boa o resumo da história da Guerra do Chaco ,poderia ter citado as batalhas de Strongest 1934 e Villa Montes 1935 (vitórias bolivianas ) . E o nome do general boliviano era Peñaranda .
ResponderExcluirMuito boa o resumo da história da Guerra do Chaco ,poderia ter citado as batalhas de Strongest 1934 e Villa Montes 1935 (vitórias bolivianas ) . E o nome do general boliviano era Peñaranda .
ResponderExcluirMuito bom o trabalho, tive oportunidade de conviver com veteranos desse conflito, nos idos de 1982, quando prestei serviço militar, a região inóspita foi o maior inimigo para ambos ...
ResponderExcluirDuas nações que deveriam lutar do mesmo lado enfrentando-se e com consequências até hoje sentidas. Graças a conflitos como a Guerra da Tríplice Aliança, Guerra do Pacífico e a então a Guerra do Chaco, estas duas nações são hoje as mais pobres da América do Sul. Muito bom seu texto. Estou procurando aprender mais sobre a America Latina e textos como estes me ajudam muito. Abraço.
ResponderExcluirGuerra é a forma mais desumana que o homem achou de resolver seus problemas !!
ResponderExcluirSilvio parabéns pelo blog é interessante contar a história de forma não oficial.
ResponderExcluirÚnico cuidado que deve ter é inserir a fonte dos dados pesquisados sob risco de ser plágio e cair no empirismo......Grata, abraços Vera